Honoré, ajuda-me a ser amigo!
Estávamos sentados distribuindo intervalos de silencio e de risos, de nós mesmos e daqueles que passavam na rua, e então ela me disse com aqueles olhos que nem a mais profunda ressaca pode nomear: "Ela é minha Junie! La belle personne, sabe?"
O que me cabia responder no momento era "Sim, eu sei... " mas nada interrompeu meus pensamentos: ela tem namorado... é a sua primeira... você está tão parecida comigo, não quero que você sofra... Otto... Otto...
Até agora não sei por onde vai meu sentimento, se desvanece de preocupação ou se consome-se no vazio dele próprio. Fico com a primeira!
Quando não se tem alguém que te faça roubar uma foto, cantar na véspera do salto ou fugir de balsa... Prendi-me a ela e a todos os cacarecos e mimos que a vontade de ficar junto traz.
Por fim disse sustentando minha excessiva sinceridade: " Sei que você gosta dela, mas tome cuidado! Você entende o quanto é complicado! E é a sua primeira vez... Que você se apaixona por uma... Você conhece sua família! Vai que o namorado dela descobre e resolve 'divulgar' ou pior talvez ele tenha uma tesoura!"
Rimos, ela se debruçou em mim e eu a abracei. De alguma forma eu sentia tudo aquilo, parecia até uma sombra que se esparramava no chão mas que continha toda a anatomia dos amantes.
Abandonei filis, eros e disse em altivo ágape: "Boa sorte!"
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