'Tristeza é ver florindo o vasinho de violeta no quarto da filha morta'
Lá estava minha menina, minha bela menina, ainda menina...
Renata sentia dores que não conseguia expressar, externar. Renata gostava de gatos, sentia seu pêlo e via seus olhos sinceros. Renata não gostava de escrever, nem desenhar, nem sentir e nem deitar. Tudo em Renata doía, tudo que Renata sentia. Renata nunca soube porque, nem soube o que dizer, nem nunca se fez existir, nunca quis aparecer.
Ela estava em seu quarto, ele era o único que sabia o que ela gostava, o que ela passava, ele era o único que conseguiu calcular o vazio que ela tinha, todas as dores, todos os sentidos ou a falta deles.
Sempre com música, com quarto e com gato, Renata gostava disso, daquelas paredes já amareladas, daquele gato velho e gordo, daquela música, aquela que dizia “amar é ver o outro morrer... quem vai ver você morrer?” e ninguém sabia, ninguém nunca enxergou Renata, todos sempre viram a menina bonita, dos cabelos tão negros quanto seus olhos, com rosto doce, voz marcante. Ninguém nunca viu que seu olhar também era negro, sua pele tão amarelada quanto as paredes que tanto gostava, ninguém nunca viu a dor que nem ela mesma enxergava, só sentia.
Viam Renata sempre triste, sem ter motivo, ela é jovem, bonita, inteligente, vive assim porque quer, ninguém nessa idade tem problemas, sente coisas, tem desejos maiores do que arrumar um namorado.
Renata não sabia, e ainda não sabe, do que gosta ou deixa de gostar, a menina só sabia doer, talvez ainda saiba.
Essa menina tentava fazer a dor sair, num corte, num simples corte reto em alguma parte coberta do corpo, ela cortava e a dor não saía, cortava mais e a dor estava lá.
De onde vem essa dor? O que é essa dor? Ninguém sabe, nem ela mesma, só sabe que é a pior dor, a dor que te mata devagar até você ceder.
Renata cortou-se, e cortou-se até a dor sair. Veio o sangue, mais sangue, uma tontura e sim, a dor estava indo junto com aquele sangue tão negro quanto seu cabelo, seus olhos e sua expressão. Renata sentia cada gota de sangue saindo. Mais pareciam cacos de vidro.
Ela foi aliviando, amortecendo, adormecendo, caindo... Morrendo.
Renata foi para o hospital, está lá agora, na cama, minha menina, minha jovem menina linda. O sorriso amedrontado não vejo mais, a expressão abatida, a cor amarelada, não vejo mais nada, naquela UTI Renata está leve, sem pedras pra carregar, está branca, sincera.
O médico passa, Renata não acordou, ela não sofre e nem nunca mais sofrerá, minha menina, minha jovem menina... Sem dizer adeus!
Renata sentia dores que não conseguia expressar, externar. Renata gostava de gatos, sentia seu pêlo e via seus olhos sinceros. Renata não gostava de escrever, nem desenhar, nem sentir e nem deitar. Tudo em Renata doía, tudo que Renata sentia. Renata nunca soube porque, nem soube o que dizer, nem nunca se fez existir, nunca quis aparecer.
Ela estava em seu quarto, ele era o único que sabia o que ela gostava, o que ela passava, ele era o único que conseguiu calcular o vazio que ela tinha, todas as dores, todos os sentidos ou a falta deles.
Sempre com música, com quarto e com gato, Renata gostava disso, daquelas paredes já amareladas, daquele gato velho e gordo, daquela música, aquela que dizia “amar é ver o outro morrer... quem vai ver você morrer?” e ninguém sabia, ninguém nunca enxergou Renata, todos sempre viram a menina bonita, dos cabelos tão negros quanto seus olhos, com rosto doce, voz marcante. Ninguém nunca viu que seu olhar também era negro, sua pele tão amarelada quanto as paredes que tanto gostava, ninguém nunca viu a dor que nem ela mesma enxergava, só sentia.
Viam Renata sempre triste, sem ter motivo, ela é jovem, bonita, inteligente, vive assim porque quer, ninguém nessa idade tem problemas, sente coisas, tem desejos maiores do que arrumar um namorado.
Renata não sabia, e ainda não sabe, do que gosta ou deixa de gostar, a menina só sabia doer, talvez ainda saiba.
Essa menina tentava fazer a dor sair, num corte, num simples corte reto em alguma parte coberta do corpo, ela cortava e a dor não saía, cortava mais e a dor estava lá.
De onde vem essa dor? O que é essa dor? Ninguém sabe, nem ela mesma, só sabe que é a pior dor, a dor que te mata devagar até você ceder.
Renata cortou-se, e cortou-se até a dor sair. Veio o sangue, mais sangue, uma tontura e sim, a dor estava indo junto com aquele sangue tão negro quanto seu cabelo, seus olhos e sua expressão. Renata sentia cada gota de sangue saindo. Mais pareciam cacos de vidro.
Ela foi aliviando, amortecendo, adormecendo, caindo... Morrendo.
Renata foi para o hospital, está lá agora, na cama, minha menina, minha jovem menina linda. O sorriso amedrontado não vejo mais, a expressão abatida, a cor amarelada, não vejo mais nada, naquela UTI Renata está leve, sem pedras pra carregar, está branca, sincera.
O médico passa, Renata não acordou, ela não sofre e nem nunca mais sofrerá, minha menina, minha jovem menina... Sem dizer adeus!
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